Gabriel Carvalho
Embora tivesse fixado residência no Rio de Janeiro desde a infância, Chico Anysio foi o maior propagador da cultura cearense em todos os tempos. Em seus programas de televisão exibidos das décadas de 70 a 2000, o povo da terrinha foi homenageado de diversas formas desde a ridicularização dos ricos à crítica ao sofrimento dos menos favorecidos.
Na pequena Chico Ctiy, cidade
criada pelo mestre do humor para retratar a situação vivida em microcidades
como a sua Maranguape, vários tipos foram interpretados, desde políticos como o
Justo Veríssimo, cujo temperamento muito se assemelha ao de deputados
nordestinos, ao Walfrido Canavieira, filho do Professor Raimundo, que faz o
típico paternalista corrupto e demagogo das regiões mais carentes do Brasil.
Assim como no Ceará, Chico City
também tinha o seu contador de histórias na pele do mentiroso Pantaleão e
também o feioso que tinha habilidade com as mulheres, que era o Silva, sujeito
feito, matuto, mas que dava nó em pingo d’água para conquistar as suas “presas”.
O canastrão Alberto Roberto, que era um tipo de ator e garoto-propaganda, era um das poucas exceções aos personagens do Nordeste e do Ceará, mas também foi muito querido pelos brasileiros.
O canastrão Alberto Roberto, que era um tipo de ator e garoto-propaganda, era um das poucas exceções aos personagens do Nordeste e do Ceará, mas também foi muito querido pelos brasileiros.
Outra virtude de Chico Anysio ao
jamais esquecer da sua terra natal é o fato de sempre ter aberto as portas da TV
Globo para os artistas cearenses que ganham a vida contando piada em teatros,
casas de espetáculos e churrascarias de Fortaleza e cidades do interior. A
lista de criaturas criadas por ele – me perdoem aqui a redundância – é bastante
extensa e vai desde o Tom Cavalcante, criatura mais conhecida, a outras figuras
como o Zé Modesto, o Lailtinho, Rossicleia, dentre outros.
Chico nunca abandonou os sotaques
do lugar onde nasceu. Embora fosse cidadão do mundo, ele sempre fez questão de
levar o Ceará para milhões de telespectadores da Globo, ora chamando o
personagem Seu Peru de baitola, ora escrevendo textos para o Aldemar Vigário
(personagem de Lúcio Mauro na Escolinha do Professor Raimundo), em que
retratava trechos de sua infância em Maranguape.
Chico Anysio soube, como poucos,
fazer o Nordeste ser curtido em todo o Brasil sem apelar para a seca, a pobreza
e as mazelas, mas apelando para um dos pontos mais fracos do ser humano: o
humor.
4 comentários:
Parabéns Gabriel! Como se diz por aqui, você "matou a pau" com esse texto. Exprimiu tudo que o velho Chico representava para o Nordeste, especialmente para o cearense, de uma forma simples e objetiva. Viva o Ceará!
Valeu Cesarildo. Viva o nosso Ceará!
Perfeito, Gabriel!!!
Parabéns!!!
Falou bom do Ceará....tem moral comigo.
Abração,
Luiz Castro
CORRIGINDO O COMENTÁRIO ANTERIOR:
Falou BEM....
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